sábado, 16 de outubro de 2010


É a dor da vida que me engrandece ela é a engrenagem que faz meu corpo continuar funcionando revigorando minha alma e me obrigando a continuar mesmo contra minha vontade é uma espécie de obrigação existencial que me liga há alguns outros esporadicamente mais corajosos ou covardes do que eu, continuar e se manter para que esses outros possam continuar se mantendo e me tolerando, porque há ocasiões em que o outro quer você mais do que você costuma se querer, é mais uma espécie de contrato, mas sem garantias de felicidade onde vejo tempos ociosos nas primeiras clausulas e satisfação e felicidade em letras miúdas ao final do parágrafo, tudo bem ser assim, tudo bem não ser assim como queria e planejei que fosse na verdade não foi assim como queria, mas é assim exatamente como é  independente do meu querer e simpatia.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010


Ainda não sei se a palavra me condena ou me absorve, estarei eu sentenciada ou serei eu privilegiada a dor, não houve ressurreição depois da minha via crúcis, há martírio em meu prazer, tenho um desejo desregrado pela vida miseravelmente adocicada que levo, poucos ou nenhum tem o agradável desprazer em carregar por todo o tempo vital alguém como eu ou como você.
"O mundo em que vivo tem muito mais cores que o seu nem por isso te mostro a realidade da tua felicidade em preto e branco".

“O vazio da alma não se preenche com futilidades com futilidades enaltecemos o corpo e flagelamos o espírito”.






Se o tempo cura tudo então porque os comprimidos o mertiolate?

Não, o tempo não cura tudo, o tempo só cura aquilo que queremos de fato que seja curado, e é por isso que eu continuo doente. Doença sem cura que me diminui um dia de vida cada vez que te vejo estado terminal se não te encontro e morte súbita se não te resisto com uma esperança de melhora quando me limito a deixar de ser quem sou e preocupo-me apenas em saudar quem já fui.





quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Há alguém especial

Porque fostes tão rápido?
Se pudesse evitar alguma coisa na vida, talvez evitasse a tua partida, se eu pudesse estender pelo menos por alguns segundos a tua visita...
Mas não evitamos nada, muito menos temos a capacidade de estender alguma coisa por aqui.
Hoje me visto da lembrança de quando sorrias e conversavas, me olhando, e por vezes reclamando, ao mesmo tempo em que a xícara cheia daquele café forte tocava delicadamente os teus lábios.
O perfume que embebeda a casa já não é mais o seu. A alegria e a pressa com que saías ajeitando a bolsa nos braços agora são apenas lembranças, são lembranças a tua voz gritando meu nome, o gosto do teu tempero, a segurança que tinha somente quando estavas aqui.
E agora, quem será minha confidente? Não deixastes nenhum substituto, para que eu pudesse me revigorar quando estivesse exatamente como me encontro, deixaste-me só!
E o peito é pequeno para o tamanho dessa dor, nem ao menos sei teu novo endereço como posso te encontrar?
Fique só mais um minuto...
Deixe apenas que eu congele um de nossos momentos.
Clarisse tinha razão: ”A saudade é um pouco como fome, só passa quando se come a presença...” E estou tão faminto...
Será que fostes porque te cansastes de mim?
Ainda não inventaram uma palavra que consiga expressar minha dor, nem nenhum número que alcance o tamanho da minha saudade.
Uma vez um professor me falou que a ordem dos fatores não alterava o resultado, mas talvez o resultado seja que altere a ordem de todos os fatores.
Você é um ser especial, que Deus me emprestou por um período curtíssimo para que eu pudesse descobrir a alegria da vida, a beleza das coisas, as cores deste mundo e os motivos pelo quais estamos aqui.
Você é a arte, o amor, a redenção, a beleza, o saber, você é minha mãe a poesia mais bonita que eu tive o privilégio de ler.


P.S: Este texto tem uma dedicatória muito especial, sublime e unanime que divide a alegria de poder ter compartilhado de bons momentos e a dor da ausência deles.
Há querida mãe deste meu amigo com quem mantenho um fio de longos anos de amizade.

 Com você Júlio, divido a sua saudade e por inteiro entrego o meu carinho, o meu apoio e a minha eterna amizade.
Talvez não possa mudar os fatos, mas podes renascer diante de cada acontecimento.
Com amor, sua amiga
Juliana.

Por ela Mesma

Seria tão bom se pudéssemos exprimir todos os nossos sentimentos numa única palavra, mas a verdade é que um dicionário inteiro não é capaz de elucidar o que sinto. Eu nem procuro mais definições para certas perguntas, pois se pudéssemos dominar tudo o que há dentro de nós e os nossos sonhos e fantasias se mantivessem sempre dentro de nossas mãos, eu não estaria aqui.
  É bom alimentar a ilusão de que tenho você, é bom te ver chegar, sentir teu cheiro, é bom te ver me olhar.
Mas mesmo quando tenho o mapa nas mãos me perco.
Não sei se estou pronta, não sei se passou, não sei se perdoou, não sei se voltas, é então que tenho medo de não te querer, medo de me cansar.
Meu coração não tem raízes, não tem futuro e o silêncio não parece ocupação e sim indiferença, imagino se estás com aquela outra de quem falam. Importa-me que tenhas respeito, que não venhas com o teu cheiro, nem a desejes enquanto estiveres aqui. Eu já não sou mais inocente, eu já não sonho como antes. Não foi tua culpa, mas minha. Sonhei os sonhos errados, vivi momentos insanos de deliciosos pecados que me fizeram quem sou.
Essa de quem gosta e de quem és tão dependente, essa escrota em quem te apóias, e onde se esbalda num deleito de prazer e renascimento, às vezes murmurando meus defeitos, falando mal, tentas me resumir numa tentativa falida de me conter e me tornar exatamente como ela. Á... Se conseguirdes isto. Se eu fosse assim tão calada e previsível já terias ido.
Queres ser herói, mas tens medo de vilão, queres história de amor, mas não queres emoção.
Se eu sonhasse os sonhos de antes não estarias aqui. E assim numa pequena dose de cavalheira e um pouco menos de pudor vou tornando minha vida mais agradável.
Hoje durmo de olhos abertos para que perceba estes sonhos idiotas que vez em quando tentam me tomar, você é o amor mais desapegado que tive tão diferente dos outros... Tão diferente de mim. Às vezes fico pensando como deixei que chegasse minuciosamente cauteloso subvertendo a ordem de tudo o que havia ali.
   Sabes? Eu não queria te enganar!
 Afogar-me é a maneira mais satisfatória de manter-me viva já que a tua admiração e o teu encanto não fincam os meus pés na sala. Eu não queria que me entendesse, queria que me seguisse, mas teu ritmo é lento... E minha vida é tocada nas cordas de uma guitarra. É tão frustrante saber que vamos nos perder, é tão agonizante saber que não estarás mais em mim, eu queria tanto enrolar os meus filhos com a tua bandeira, mas o tempo vai passar, as pessoas vão chegar, e logo é outro dia, e neste dia o telefone não tocará.
   Acho que está na hora de parar de tentar exprimir todos os sentimentos numa única palavra e começar a encaixar todas essas palavras que tentam inutilmente preencher um único sentimento.

domingo, 10 de outubro de 2010

Veja o que os meus olhos vêem

Se sorrir-Gargalhe
Se virar- Derrame
Se gostar- Me ame
Mas se amar- Me engane
Se eu falar- Explique
Mas se calar- Silencie
Se eu lhe der- Receba
Mas se pedir- Entregue
Se atrasar- Espere
Mas se correr- Acelere
Se tiver fé- Confie
Mas se não acreditar- Desengane
Se tiver apenas uma palavra- Complete a frase
Se eu ficar- Aproveite
Mas se partir- Não me siga
Ame-me, mas não me entenda
Veja-me, mas não me descreva
Analise-me, mas não me calcule
Eu sou uma equação que matemático nenhum jamais conseguirá resolver.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Eu não tenho tempo pra isso, essas cartas que você manda sem remetente só fariam diferença se você tivesse inventado o mundo...

domingo, 3 de outubro de 2010

Lembranças

Deixastes de me amar!
Só não sei em que momento.
Antes, minhas mãos cabiam dentro das tuas, acentuavam nossos traços semelhantes e nos mostravam a etimologia maternal que perdestes quando fostes embora.
O Amor não acaba, simplesmente se transforma e o teu me transformou num monstro. Como se minhas virtudes te fizessem mal.
Teu perfume enaltecia a beleza das rosas que havia dentro de mim, um mundo multicolorido que me trazia o desejo de que fossem eternas as caminhadas ao fim de tarde.
Tua perfeição não era o meu exemplo, mas tuas doces palavras me persuadiam enquanto teus pés tocavam sem pressa o chão, a contra gota me trazias a esperança de uma vida mais feliz.
Posso me lembrar do jeito como trançavas os meus cabelos, lembranças de quando vivi dentro de um algodão.
Tardes e tranças que ficaram para trás.
Hoje prepotente enfraqueces o fio de vida que ainda tenho em mim.
Naufragamos! Sim, naufragamos quando ainda tínhamos tanto mar a navegar. Hoje não coesas como antes, mas submersas, inimigas numa batalha psíquica que destrói tanto você quanto a mim.
Eu não te conheço mais!
Ausentastes-te por muito tempo, teu rosto já não me é familiar.
Pena o tempo não ser retrógrado e não nos dá outra chance.
Se aquele inverno voltasse...  Talvez não saísse sem casaco.
Meu coração já não suporta tantas cicatrizes e quando mesmo despercebida me causas outra ferida, fujo de ti!
Corro incansavelmente para onde possa me proteger de quem se transformastes.
Mas não consigo por muito tempo, pois renegar a ti é reconhecer que desconheço a mim e devo dizer que não há ninguém no mundo que ache tanto de mim em si.
Saio da tua direção tentando ser a única irresponsável por nós.
Seria demais que me entendesse, não foi isso que te pedi, nem eu agüento e me entendo por completo.
Talvez eu seja apenas sua parte corajosa que sempre quis esconder, afinal com tanta ousadia o que faria com a covardia que te faz viver?  Foi por isso que voltastes, não por mim, mas por você.
E quem sempre perde tudo sou eu! Não se encorajas pra nada e compromete tudo que há em mim.
Só te lembras que existo nas horas tristes, quando me resumis há uma noite sem estrelas.
Deixastes-me só numa selva de realidade, onde tive apenas súbitas fantasias que nunca me levaram a lugar algum.
Eu adoro esses vidros, através dele vejo a alma que nunca me mostrastes.
Desmemoriada, Ingrata!
Pintas tua boca com o sangue que derramou de mim, o que mostras exibida são minhas tristezas estampadas nestes penduricalhos que se acomodam perfeitamente em ti.
As mãos que me acolheram, também me  trouxeram os frutos mais amargos que comi.
Escrevo porque me tirastes a capacidade de dizer.
Estamos tão misturadas que já não distingo se falo de mim ou de você.


Frívolo









São apenas idéias sem sentido, um pensamento caótico, um monte de palavras que invadem minha cabeça involuntariamente.
Palavras soltas que não me dizem nada.
Algumas que eu duvido até da existência, frases controvérsias, vazias, incapazes de preencher uma folha de papel.
 Assim como eu, incapaz de dirigir um corpo e dominar uma única mente.
E eu vivendo dessas palavras como se não soubesse que palavras são enganos e a vida nunca passa de um papel em branco.